Este era um desejo de longa data. Conhecer as vinícolas da Toscana Itália e degustar os vinhos “en loco”. Desde já me desculpo pela quantidade de vezes que irei repetir o termo “vinícola” no texto, pois não há sinônimos para o mesmo.
Há centenas delas na região, de pequenas a grandes, desconhecidas e famosas. Conseguimos marcar visitas guiadas com degustação em 3 delas e visitamos sem agendamento uma quarta. Muitas recebem clientes apenas com agendamento antecipado e às vezes alguns dias por semana.
Visitamos a Marchesi Antinori, Biondi Santi, Castello di Brolio e Castello Banfi, sendo que nesta última não conseguimos fazer a visita guiada. Apenas admiramos o local, provamos os vinhos e compramos alguns.
Novamente não irei descrever como chegar às vinícolas da Toscana, visto que a melhor forma será jogar no Waze ou no Google Maps de onde você estiver para se deslocar até lá. Não espere encontrar transporte público para chegar a estes locais, pois não vai encontrar para a grande maioria. O mais recomendado será alugar um carro. Taxi irá custar muito devido à distância e poderá ter problemas na volta.
Para alugar o carro, consulte através da rentcars a melhor oferta para o período que vai estar por lá. Poderá pagar parcelado em reais e sem o custo do IOF.
A getyourguide oferece alguns tours na região, entretanto não cobre algumas das vinícolas que recomendamos. Pode ser uma boa opção se você preferir não dirigir e ainda assim conhecer algumas vinícolas.
Vinícolas da Toscana
Marchesi Antinori
Esta vinícola é impressionante. Nunca vimos nada igual em termos de infraestrutura e organização para receber os clientes. Até um anfiteatro para quase 300 pessoas está à disposição. Esta instalação toda foi inaugurada em Outubro de 2012.
A família Antinori está relacionada à produção de vinhos há mais de 6 séculos, desde 1385. São 26 gerações da família dedicada à vinicultura. Hoje a empresa é tocada por 3 irmãs: Albiera, Allegra e Alessia.
Durante a visita que dura de 1:30h a 2:30h, dependendo do tipo da escolha, conhecemos as instalações, onde preparam, separam, armazenam e envelhecem os diversos vinhos que comercializam. Depois nos levam a uma sala de vidro que avança sobre os barris para degustarmos os vinhos.
Há 3 tipos de visita, com valores indo de €30 para um tour de 1:30h e degustação de 3 vinhos “comerciais” até €150 para um de 2:30h e prova de 7 vinhos premium.
Por ser o mais famoso representante da Toscana, reforçam a importância e a tradição do Chianti Clássico na elaboração de seus vinhos.
Eles produzem dezenas de tipos de vinhos, mais de 20 milhões de garrafas por ano e seus principais rótulos são:
Comerciais: Péppoli, Villa Antinori e Vin Santo
Premium: Solaia e Tignanello
Sabemos que é muito pessoal, mas nossa opinião da visita é que vale muito a pena pela estrutura e beleza do local, contudo não gostamos dos vinhos, principalmente pelo preço dos mesmos. Saímos de lá sem 1 garrafa sequer para tomarmos durante a viagem ou trazer para o Brasil. Fizemos a visita intermediária mas provamos os vinhos premium no Bar, e saímos com a sensação que já tomamos vinhos muito melhores por um valor mais justo.
O almoço no restaurante deixou bastante a desejar, sendo um lugar bonito, mas barulhento, serviço lento e a comida gordurosa. Estranhamos o prato principal de um restaurante em uma vinícola na Itália ser hambúrguer com batata frita. Parece que atualizaram o cardápio após nossa visita, mas não dá para saber se corrigiram os outros aspectos também.
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Biondi Santi
Indo à Toscana, queríamos conhecer o Biondi Santi, produtor do mais famoso Brunello de Montalcino. Fizemos a inscrição com antecedência e no dia marcado fomos à visita/degustação.
Digamos que tivemos um choque após termos visitado a Antinori. As proporções são descomunais e até a estratégia chega a ser antagônica.
Eles têm uma infraestrutura mínima e produções limitadas a 90 mil garrafas em um bom ano. Seu segmento de mercado é para vinhos premium, sendo que algumas safras hoje são comercializadas a €9.000.
Estão na vinicultura há 150 anos, tendo seu primeiro reconhecimento internacional em 1865 pelo Brunello Biondi Santi.
Eles reforçam a mensagem que seus barris para envelhecimento têm em média mais de 90 anos e que não os trocam para que a madeira não afete o sabor do vinho. Esta característica nos chamou a atenção pois na Antinori eles reforçam que os barris são trocados em média a cada 3 anos para permitir que o vinho interaja com o carvalho.
A apresentação dos vinhos é feita por uma senhorita muito simpática, ao lado de 4 garrafas que ficam sobre um barril. Durante uns 30 minutos, conta a história da vinícola, as características dos 4 vinhos e nos serve prova de 3 deles.
O valor do Tour é €15 por pessoa e eles oferecem a prova dos seguintes vinhos: Rosso di Montalcino, Brunello Vintage e Brunello Reserve. A degustação pode ser agendada de segunda à sexta feira. Não funcionam aos finais de semana.
Gostamos mais dos vinhos de lá. Saímos com 3 garrafas (nenhuma das de 9 mil euros).
Barone Ricasoli
Das 3 visitas que fizemos com degustação, esta foi a que mais nos agradou pelo conjunto todo: uma bela história da família / empresa, infraestrurua respeitável, serviço aos visitantes muito aconchegante e, o melhor, vinhos excelentes por valores justos.
Barone Ricasoli também é referenciado algumas vezes como Castello di Brolio, por a família ter iniciado na vinicultura lá em 1141. A vinícola é considerada a 4a empresa mais antiga em atividade no mundo todo até hoje.
A história da família se mistura com a história da Itália desde sempre. O Barão era obstinado pela perfeição e, estudioso, investiu muito na pesquisa e desenvolvimento do solo e vinhedos objetivando melhorar os vinhos italianos para competir internacionalmente com os franceses. Ele teve influência expressiva no Ressurgimento da Itália e foi Primeiro Ministro após a unificação da país.
O Barão Bettino Ricasoli foi quem escreveu a composição do Chianti Classico em 1872. A regra permanece vigente até hoje: 80% de uvas Sangiovese e 20% de outras uvas.
O castelo data da idade média, tendo sido palco de diversas batalhas com o passar do tempo. Ele fica entre Florença e Siena, duas cidades que combateram entre si por séculos. Por todo este passado, montaram um museu dentro do mesmo onde guardam um pouco desta história: armas, vestimentas, armaduras e artefatos. Infelizmente não permitem que se tirem fotos de lá. Vale muito a visita.
Curiosidade
Apesar das diversas reconstruções e reformas do Castelo, optaram por não esconder as marcas de artilharia da 2a Grande Guerra, para que a mesma jamais fosse esquecida.
O castelo é cercado por 230 hectares de parreiras que, somando com outros 1200 hectares nas regiões próximas, formam a maior área de Chianti Clássico 🙂
Eles oferecem 3 alternativas de tours com degustação, sendo que as 2 primeiras requerem agendamento.
- Classic Tour – €28 pp – 2h – Visita ao Museu, Castelo e Vinhos Barone Ricasoli
- Vineyard Tour – €45 pp – 2:30h – Visita ao Museu, Castelo, Vinhedo e Vinhos Brolio Terroir
- Castle Grounds Tour – €5,00 – 1h – Permite a entrada ao Castelo e oferece a prova de 1 vinho.
Complementando-se o tour, é possível almoçar no belo restaurante que eles mantêm no meio do bosque, saboreando uma boa refeição com excelentes vinhos.
Por fim, saímos de lá felizes (bêbados) com 4 garrafas para levar ao Brasil e tristes por não ter mais espaço para bagagens.
Castello Banfi
Nesta vinícola não conseguimos agendar um tour devido a conflito de agendas, mas ainda assim pagamos a entrada para visitar o castelo e fizemos provas no Wine Shop. A região é muito bonita e conservada.
Aqui você pode encontrar os tradicionais Brunello’s ou Rosso’s mas também os mais recentes “Supertoscanos”. Vinhos elaborados ( blends ) visando o melhor equilíbrio, bouquet e aroma sem necessariamente seguir a regra rígida do Chianti Clássico.
Eles produzem em 4 vinhedos espalhados pelo país, com enorme investimento em tecnologia vinicultora.
Provamos 6 vinhos e ficamos muito impressionados com os mesmos. Saímos de lá com um problema: mais 3 garrafas que não sabíamos onde iríamos acomodar na bagagem.
Os tours são para grupos pequenos, então se recomenda o agendamento com antecedência. Se não conseguir o mesmo, ainda assim vale a visita ao castelo e a degustação dos vinhos. Tenho certeza que ficarão impressionados com os mesmos.
Conclusão de nosso passeio pelas Vinícolas da Toscana:
- Precisamos voltar MUITAS vezes.
- É um paraíso para os enófilos
- Castello Ricasoli e Castello Banfi valem muito a pena pela qualidade, valor dos vinhos e passeios.
- Me deu vontade de tomar bons vinhos de novo 🙂
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Dúvida!!!
Vocês ficaram hospedados em um único hotel na Toscana e faziam bate voltas nas vinicolas ou foram mudando de local??? Sugerem alguma cidade que vale a pena ser base? Sairemos de Roma com destino a Florença… teremos 3 dias/ 2 noites nessa região… depois teremos mais 5 dias/ 4 noites em Florença…
Grata! Vamos em junho!
Ana Cris,
Obrigado pela visita.
Nós fizemos base em Siena. Ficamos hospedados no Garden Hotel e recomendamos. Click no nome e verá maiores detalhes do hotel. Além de ficar mais próximo à região das vinícolas, também e mais barato que em Florença. Creio que poderá inverter o período. Ficar mais tempo em Sienna e conhecer as cidades e vinícolas próximas e passar os 3 dias em Florença. Nós ficamos 4 dias inteiros e gostaríamos de voltar para outros 15 !! Em Florença/Firenze, vai encontrar a cidade muito cheia de turistas.
Como estará indo próximo a alta temporada, sugiro reservar o hotel com antecedência.
Abraço e boa viagem.
Os Posts são tão bem detalhados e precisos que ao mesmo tempo que nos desperta a curiosidade sobre o local, parece que já nos satisfazem a fantasia de conhecer os mesmos…..Mas acho que a curiosidade está prevalecendo…..quando pretendem voltar???
Fiquei com MUITA vontade de voltar para la’ !!!!! Belíssimo post Adriano !
Obrigada, Sílvia e Adriano, pelas informações sobre as vinícolas da Toscana. A estrutura é realmente impressionante. Adorei o post!