Se o Deus romano do vinho, Baco, vivesse hoje, adoraria morar na principal zona vinicultora argentina. Além de abrigar alguns dos melhores produtores do mundo, possui belezas naturais de encantar até os deuses. Então, mesmo que não seja um grande fã da bebida, há muito o que fazer em Mendoza e você poderá aproveitar muito as visitas às belas vinícolas e aos demais encantos desta região argentina.
Índice
Desde 2005, a cidade é oficialmente uma das dez capitais mundiais do vinho, de acordo com o Great Wines Capitals, órgão formado com o objetivo de desenvolver o enoturismo e sua cultura no mundo.

A região produz mais de 70% do total dos vinhos do país, quinto maior produtor mundial. Em extensão, são quase 150 mil hectares de vinhedos, o equivalente a metade de toda a área vinicultora dos Estados Unidos. Entre pequenas boutiques e grandes produtoras, são mais de 1.300 bodegas, com aproximadamente 10% delas bem estruturadas para receber os visitantes.
Apesar de falarem espanhol, brincam sobre o portunhol estar se tornando a língua oficial do turismo, uma vez que a maioria dos visitantes é brasileira. Em função disto, muitos dos profissionais esforçam-se para falar ao menos algumas palavras em nosso idioma. Se você nunca esteve em outros lugares da Argentina além de Buenos Aires, provavelmente se surpreenderá com a simpatia com que será tratado e com o profissionalismo do atendimento.
Mendoza merece ser visitada sem pressa alguma, bem ao estilo slow travel. Temos certeza que, com um pouco de planejamento, você voltará tão apaixonado quanto nós, já programando uma próxima visita a este pedaço de paraíso.
História dos vinhos de Mendoza
Em termos de produção de bons vinhos, a América do Sul só perde em importância para a Europa. A Argentina, chamada no passado de “gigante adormecido do mundo dos vinhos”, produzia muito, mas bebidas baratas e de baixa qualidade. Nas últimas décadas despertou, investiu muito e está sendo reconhecida mundialmente. Hoje em dia, disputa com o Chile o título de melhor produtor do continente.
“O Brasil está em terceiro lugar em produção de vinhos no continente, atrás também do Chile. Apesar disto, a qualidade de nossos vinhos melhorou muito nas últimas duas décadas, impulsionada principalmente por investimentos realizados no Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha. Uma região que também vale a visita.”
A Argentina recebeu a vinicultura como herança dos imigrantes espanhóis e italianos no século XIX. Desde então, abriga plantações de mais de 20 tipos de cepas, do malbec ao chardonnay. Entretanto, a revolução em termos de qualidade e seu reconhecimento no cenário internacional foi conquistado apenas recentemente, há menos de 30 anos.
A mudança veio através da visão de Nicolas Zapata e das dramáticas alterações implementadas em sua bodega. A partir de então, investidores estrangeiros ligados à viticultura, principalmente franceses e americanos, descobriram a qualidade das uvas e o potencial dos terroirs mendocinos. Além do clima propício, a altitude média de 1.000m acima do nível do mar faz com que sejam raras as incidências de doenças, ao contrário do que ocorre na Europa.

Mais de 60% da produção total é de vinhos tintos, entretanto o volume de brancos e espumantes de excelente qualidade está crescendo muito. Bons exemplos são os produzidos nas unidades de renomadas empresas francesas como Chandon e Mumm na região.
Malbec
Cada região vinícola tem sua uva predominante, e a malbec é o ícone de Mendoza. Proveniente do sudoeste da França, foi levada por imigrantes e se adaptou muito bem ao clima da região. Entretanto, a atual variedade argentina em muito pouco lembra a original francesa, tanto em aparência quanto em sabor. Hoje em dia, a Argentina produz quase 7 vezes mais malbec que a própria França.

O tipo de uva determina a personalidade do vinho. No caso dos malbecs, com frequência recebem adjetivos como equilibrados, aveludados, encorpados, intensos e complexos. Provavelmente vai se lembrar destes termos ao participar de uma degustação.
Por ser um vinho dos mais encorpados, acompanha muito bem pratos mais pesados, como carnes vermelhas, massas com molho vermelho e queijos curados.
Apesar da predominância desta casta, permita-se experimentar também tintos produzidos a partir de outras, além de rosés, brancos e espumantes. Se estiver aberto, provavelmente se surpreenderá com o sabor de alguns rótulos.
Quando ir a Mendoza
Mendoza é um destino com possibilidades interessantes durante todo o ano. A melhor época para você será a que atenda suas expectativas e estilo de viagem. Se a intenção for simplesmente visitar as bodegas e restaurantes, terá sempre atrações a sua disposição.
Começo de março é a vendímia, início da colheita das uvas, quando a cidade fica lotada. O Festival da Colheita de Mendoza ocorre no primeiro final de semana do mês e é um dos maiores do mundo. Com milhares de turistas na região, hotéis, tours e restaurantes ficam mais concorridos e com preços elevados. Festas regionais com comidas, música e danças típicas ocorrem em vários departamentos. Porém, a não ser que você esteja à procura de eventos lotados, recomendamos ir um pouco antes ou depois. Desta forma poderá aproveitar o que há de melhor, mas evitando multidões.

Verão é alta temporada, de uma forma geral, tanto pela vendímia quanto por esportes aquáticos e de aventura. O clima é quente e abafado, chegando próximo dos 40oC. As parreiras ficam carregadas de cachos, em um espetáculo lindo e delicioso. Perdemos a conta de quantas variedades de uva diferentes experimentamos em nossa visita durante esta época. Acredite, há mais de 20 cepas diferentes cultivadas na região.
O inverno atrai brasileiros em busca de experiências com vinhos e as estações de esqui nas proximidades. Clima frio, bons vinhos e paisagens cobertas por neve também convidam a uma inesquecível viagem a dois. As parreiras estarão dormentes, sem folhas ou frutos, mas nem isto tira a beleza do local.
Enquanto a primavera apresenta a vegetação com todos os tons de verde, o outono tinge o cenário do amarelo ao marrom em função das folhas dos álamos. Em ambos os casos, encontrará temperaturas amenas e valores de voos e hospedagem mais acessíveis.
Em todos os meses, conte com a oscilação térmica típica da região. Mais quente no meio do dia, mais frio durante a noite e ao amanhecer. Esta amplitude é um dos fatores regionais que resulta em uvas especialmente saborosas.
Como ir a Mendoza
Atualmente, há voos diretos para Mendoza a partir de São Paulo, tanto pela Latam quanto pela Gol. Além da capital paulista, poderá optar por conexão em Buenos Aires ou Santiago caso esteja em outro ponto do Brasil.
Apesar de ficar na Argentina, fica a apenas 360km da capital chilena, contra mais de 1.000km da capital do próprio país. Por este motivo, a maioria dos turistas brasileiros opta por fazer escala no Chile, o que achamos perfeito.
Se tiver disponibilidade de tempo e não for durante o inverno, sugerimos alugar um carro em Santiago e fazer o trajeto final pelo Paso de Los Libertadores. A viagem leva aproximadamente 5h, dependendo do movimento na fronteira entre os países e das paradas para fotografar a deslumbrante paisagem.
Nós fizemos este percurso durante nossa road trip pelo Cone Sul, a bordo de um Pajero 4×4, e ficamos encantados. A estrada passa pela Cordilheira dos Andes e ao lado do Aconcágua, maior montanha das Américas, com quase 7.000m de altitude. Durante os meses mais frios, porém, é comum interditarem as estradas em função de nevascas.
Vista do Aconcágua ao Fundo Rodovia próxima do Paso de los Libertadores
Como se deslocar em Mendoza
Esta será uma das difíceis escolhas ao programar sua viagem. Você terá que optar entre alugar um carro, contratar um remis ou participar de grupos de excursão. Em cada uma, pontos positivos e negativos devem ser considerados, e a melhor alternativa dependerá do seu estilo e orçamento.
Somos adeptos a alugar carro sempre que possível, porque adoramos a flexibilidade e autonomia que isto proporciona. Porém, se sua intenção for conhecer as vinícolas e aproveitar ao máximo as degustações, dirigir será um risco desnecessário.
As vinícolas podem ser distantes umas das outras, mas as vias de acesso estão em bom estado. É super tranquilo dirigir na região com a ajuda de um GPS. Se for sua opção, sugerimos baixar o Google Maps antecipadamente para usar off-line, como segurança. Mas cabe o bom senso de só alugar um carro caso haja em seu grupo alguém disposto a não beber.
Como funcionam as empresas de Seguro Viagem? Elas vão pesquisar entre as maiores Seguradoras do Mundo, a melhor oferta de um seguro de acordo com o seu perfil e da sua viagem. Atualmente o Suas Próximas Viagens tem parceria com as 2 maiores empresas do ramo. Seguros Promo e Real Seguro Viagem. Acesse-as agora e faça orçamento para o seu Seguro Viagem. Irá se surpreender ao saber que sua tranquilidade custará menos do que imagina.

Se você e todos em seu grupo preferirem se entregar tranquilamente aos prazeres de Baco, a melhor opção será contratar tours em grupo ou privativos. Com excursões, terá a vantagem de não precisar pesquisar alternativas e fazer reservas nas bodegas. Se estiver decidindo sua viagem de última hora ou não tiver tempo para planejar sozinho, também pode ser interessante. Por outro lado, irá apenas nas escolhidas pela empresa contratada, ficará restrito às opções mais comerciais e não terá flexibilidade quanto a horários.
Já os famosos remis, motoristas contratados por tempo fechado, podem representar uma opção interessante. Além de conhecer bem a região, ele seguirá o roteiro definido, respeitará seus horários e escolhas e ainda o deixará à vontade para degustar os excelentes vinhos. Dependendo do caso, poderá até fazer as reservas antecipadamente para você. Há boas empresas na região e algumas especializadas em atender brasileiros. Como não usamos os serviços, não temos como recomendar uma em específico.
Vinícolas em Mendoza
Visitar as vinícolas de Mendoza é participar de deliciosas experiências sensoriais. Apesar da beleza natural e da boa gastronomia, a maior atração são realmente as bodegas. E como há bons vinhos a degustar!
Além disso, algumas das vinícolas oferecem paisagens cinematográficas pela proximidade da Cordilheira dos Andes. A altitude faz com que os picos das montanhas passem boa parte do ano cobertos por neve, criando uma bela moldura para os vinhedos.

As três regiões produtoras de Mendoza são muito diferentes entre si: Valle de Uco, Luján de Cuyo e Maipú. Se tiver pouco tempo, recomendamos focar nas duas primeiras, apesar de Maipú também valer a visita.
Como montar seu roteiro em Mendoza
Há muitas vinícolas sensacionais em Mendoza, seja pelos bons vinhos, quanto pela beleza de suas instalações e estrutura para visitantes. Não importa quanto tempo passe na região: você sempre voltará com a certeza de que deixou de conhecer alguma bodega imperdível. Então faça uma pesquisa com calma, eleja suas preferidas e aproveite ao máximo.
Uma vez definidas suas prioridades, recomendamos fazer as reservas com antecedência., para evitar surpresas. O ideal é fechar sua agenda ao menos 1 mês antes da viagem. As principais vinícolas e restaurantes são bastante concorridos, em especial em feriados (brasileiros e argentinos) e alta temporada. É comum os tours das maiores lotarem e não aceitarem visitantes sem agendamento. Acredite: passamos por isto.

Recomendamos verificar através do site das vinícolas quais as opções de tours. É comum oferecerem vários tipos de experiência, com valores, tempo de duração e qualidade dos vinhos distintos. Veja também os horários e dias disponíveis e se aceitam pagamento através de cartão de crédito.
Sugerimos no máximo três vinícolas por dia, caso queira fazer tour, degustação e participar de um almoço harmonizado. Monte o roteiro considerando a localização e explore uma região a cada dia. Quanto aos almoços, alguns dos melhores restaurantes ficam nas bodegas e oferecem menus degustação harmonizados com bons vinhos. Se tiver disponibilidade, recomendamos muito vivenciar ao menos uma destas experiências. Não é barato, mas existe uma grande chance de ser uma das melhores refeições da sua vida.
Caso não esteja de carro, uma boa opção é o tour oferecido pela GetYourGuide. Visitam três vinícolas e incluem o almoço.
Tours guiados nas vinícolas
As visitas são parecidas entre si, apenas respeitando os diferenciais de cada bodega. Você conhecerá um pouco da sua história (e provavelmente da família), verá as caves, os barris de carvalho, os vinhedos, aprenderá sobre os processos de produção e terminará degustando alguns dos vinhos da casa.
Não se preocupe se você aprecia vinhos, mas está apenas iniciando nesta área. Daremos algumas dicas bem básicas para suas primeiras degustações. Esteja atento a três dos seus sentidos: visão, olfato e paladar. Ao contrário da maioria das coisas, você deve começar pela aparência. Com calma, observe a cor e a intensidade da bebida, olhando contra a luz. O segundo ponto é girar a taça e sentir seu aroma, tentando identificar quais as notas predominantes naquele vinho. As mais fáceis de reconhecer são as de frutas ou madeiras, mas os conhecedores vão muito além. Apenas depois destes dois passos é que deverá experimentar a bebida. Cada parte da sua língua perceberá uma das características. Além do sabor, tente perceber a sensação em sua boca após engolir o vinho, se ficou seca demais ou com um sabor agradável e persistente. Ao final, o importante é apenas ser capaz de concluir o quanto aquele vinho agrada o seu próprio paladar.
A maioria das vinícolas possui lojas com as bebidas da marca, acessórios para vinhos, chapéus e outros mimos relacionados ao assunto. O mesmo conceito das lojinhas estrategicamente posicionadas na saída das atrações dos parques temáticos de Orlando. Se você é um amante de bons vinhos, com certeza precisará de um certo autocontrole para não voltar com excesso de bagagem.
Luján de Cuyo
A apenas meia hora de carro está Luján de Cuyo, a terra do malbec, com vinhedos entre 850m e 1.100m de altitude. Esta foi a primeira região da América do Sul a instituir o DOC (denominação de origem controlada). Apesar de declarada em 1993, foi reconhecida apenas em 2005.
É onde encontram-se algumas das mais famosas vinícolas do país, responsáveis pelo reconhecimento da qualidade dos seus vinhos, como a Catena Zapata. Outras produtoras icônicas da região são Senetiner, Séptima, Pulenta Estate, Norton e Luigi Bosca.
Catena Zapata
Localizada na cidade de Agrelo, a Bodega Catena Zapata impressiona à primeira vista. Em forma de pirâmide maia, seu prédio destaca-se em meio aos vinhedos. Ao escolher o estilo da construção, optaram pela arquitetura latina por representar uma ruptura ao estilo europeu utilizado pela maioria das vinícolas. A inspiração foi o grande templo de Tikal, da Guatemala.
Por motivos óbvios, a Catena é a mais famosa e concorrida na rota do vinho de Mendoza. A adega familiar que mais contribuiu para o desenvolvimento do vinho argentino tem em sua linha alguns dos melhores vinhos do mundo.

Dizem que a história dos vinhos argentinos divide-se entre aC e dC, antes e depois da Catena. O visionário Nicolás Catena Zapata, herdeiro da bodega, atuava nos anos 80 como professor na Universidade de Berkeley, na Califórnia. Inspirado pelas estratégias adotadas pelas vinícolas da região de Napa Valley, passou a estudar a fundo o clima e o solo de suas propriedades. Dedicou-se à produção de vinhos finos, mudando para processos inspirados nos métodos franceses. Os excelentes resultados obtidos motivaram movimentos semelhantes em bodegas de toda a região.
Atualmente, a qualidade de seus vinhos é reconhecida no mundo todo. Mais de 50% da produção é destinada à exportação, percentual que passa de 70% nos rótulos mais exclusivos. Alguns destes são produzidos com uvas de um único terroir, realçando as características próprias de cada vinhedo.
Além de possuir localização privilegiada, a empresa investe muito no aperfeiçoamento de processos, tecnologia e na equipe, contando com enólogos reconhecidos entre os melhores do mundo. Desde 2013, mantém o Catena Institute of Wine, um centro de pesquisas destinado à viticultura.
Apesar do tour estar entre os mais caros da região e demandar maior antecedência nas reservas, recomendamos muito incluir em seu roteiro. Nossa experiência na Catena foi memorável, com degustação de alguns dos melhores vinhos que já provamos, como Malbec Argentino e Adrianna. Sentimos falta apenas de um bom restaurante, pois teríamos adorado estender nossa experiência. Já éramos admiradores dos vinhos antes de conhecer a bodega, mas saímos de lá absolutamente encantados com tudo o que vimos e vivenciamos na bela propriedade.
Vista desde o alto da Catena Zapata Sala de Degustação Barris de Carvalho
Norton

Equilíbrio perfeito entre tradição e inovação: assim resumiríamos a experiência com a Bodega Norton. Ainda que conheça alguns de seus bons vinhos, provavelmente se surpreenderá com as instalações. A começar pela bela propriedade, que soube integrar com harmonia áreas novas e modernas à centenária construção.
Com cinco vinhedos espetaculares aos pés da Cordilheira dos Andes, oferece uma ampla gama de experiências aos visitantes. Tours fotográficos de bicicleta, picnics gourmet com vista para os vinhedos, aulas de harmonização, culinária e até de enologia, com a possibilidade de atuar como enólogo e elaborar seu próprio blend.
Além disso, abriga um dos restaurantes mais charmosos da cidade: o La Vid. Seus almoços harmonizados são muito concorridos, mas se você programar com antecedência, terá uma experiência gastronômica inesquecível.
Atualmente, pertence a um dos herdeiros da Swarowski, Gernot Langes, que se apaixonou não apenas pelos ótimos vinhos como pela bela propriedade. Seu filho Michael está à frente da bodega e cuida dos negócios com a mesma paixão do pai. Obviamente, a família imprimiu um glamour especial aos rótulos da marca.
Loja e Degustação Barris de Carvalho Barris e ovos de cimento
Pulenta Estate
A Pulenta Estate, apesar de menor e mais jovem entre as bodegas desta lista, encanta a seus visitantes. Nós já éramos fãs de seus bons vinhos, mas adoramos conhecer um pouco mais sobre sua história e processo produtivo.

Inaugurada em 2002, pertence a uma tradicional família de vinicultores. A Pulenta recebe seus visitantes em pequenos grupos, com o mesmo carinho que cuidam dos seus vinhedos. Os tours duram entre 1h e 2h, sempre em pequenos grupos e seguidos por degustações cheias de curiosidades sobre os vinhos e a família. Caso opte pela experiência sensorial, se divertirá ao tentar identificar aromas normalmente presentes nos vinhos.
Descendentes de imigrantes italianos, os irmãos Eduardo e Hugo Pulenta compartilham uma segunda paixão: carros esportivos. São representantes exclusivos da Porsche na Argentina. Seus vinhos também são servidos nos exclusivos eventos da montadora ao redor do mundo.

Chandon
Apesar da região ser conhecida como a terra dos vinhos tintos, não poderíamos deixar de provar também seus bons espumantes. Afinal, a Chandon argentina foi a primeira unidade da renomada Moët e Chandon fora da França. Deu muito certo, estão em constante expansão e abriram as portas para outras unidades ao redor do mundo, inclusive no Brasil.

Um verdadeiro reino de excelência, prima pela qualidade de seus espumantes, ótimo atendimento e belas instalações. O tour traz curiosidades sobre a história e o processo produtivo. Você poderá escolher entre a degustação da linha Chandon ou da Premium. Assim como nas demais vinícolas, é importante reservar sua experiência antecipadamente.
Jardins internos Loja da Chandon Adega no Tour
O Bistrô Chandon, seu pequeno e charmoso restaurante, é um dos melhores de Mendoza. Com decoração clean e atendimento impecável, faz valer cada centavo investido no delicioso almoço harmonizado de 4 pratos. A área externa também é convidativa a outra experiência disponível, um picnic gourmet ao ar livre.
Valle de Uco
Apesar de ter sido descoberto apenas em meados da década de 80, seus excelentes vinhos têm chamado a atenção de enófilos do mundo todo. A 100km ao sul de Mendoza, a região de Valle de Uco possui vinhedos muito jovens, que chegam a 1.700m de altitude. Com a Cordilheira dos Andes ao fundo, encanta aos visitantes também pelas belas paisagens. Recomendamos passar ao menos um dia inteiro na região.
Clos de los Siete
Um vinho blend produzido na Argentina por quatro vinícolas parceiras, pertencentes a vinicultores franceses estabelecidas em uma mesma propriedade. Um projeto apaixonante idealizado em 1998 por Michel Rolland, um dos enólogos mais renomados do mundo.
Rolland, que dá consultoria pessoalmente a mais de 100 vinícolas em 21 países, ficou absolutamente apaixonado ao conhecer a região de Mendoza. Encantou-se não apenas pelos belos cenários, mas pelo potencial dos terroirs para a produção de bons vinhos.
Em parceria com 6 amigos vinicultores da região de Bordeaux, na França, comprou 865 hectares de vinhedos aos pés da Cordilheira dos Andes. Na propriedade, situada entre 1.000m e 1.200m de altitude, estabeleceram-se 4 vinícolas distintas com estilos e linhas de vinhos próprios. O compromisso com o projeto comum e a preocupação com a qualidade, porém, são compartilhados por todos.
Clos de los Siete é um vinho complexo, tanto em sabor quanto ao processo produtivo. Entre 25% e 30% das uvas colhidas em cada vinícola do grupo é destinada à produção em comum. O percentual oscila a cada ano, de acordo com as orientações do próprio Rolland.
Estas mudanças devem-se às condições climáticas e qualidade das uvas. As safras mudam um pouco, resultando em aromas, cores e sabores distintos. Além de malbec, outras 5 cepas compõe o vinho: cabernet sauvignon, cabernet blanc, merlot, petit verdot e syrah. Dependendo da safra, é possível que alguma destas uvas, por qualquer motivo, não entre na composição.
Enoturismo na Clos de los Siete
O enoturismo é levado a sério e conduzido com excelência na propriedade. Experiências sensoriais incríveis estão disponíveis, de refeições harmonizadas a trilhas e cavalgadas pela região.
Cuvelier los Andes
A ideia da Cuvelier los Andes é oferecer experiências personalizadas. De passeios pelos belos vinhedos a explicações sobre o processo produtivo, as expectativas dos visitantes direcionarão a vivência. Em nosso caso, fomos recebidos para degustação por uma das responsáveis pela casa. Em uma confortável sala de estar, decorada com muito bom gosto e com uma vista de tirar o fôlego. No caminho, pausa para admirar esculturas de um artista mendocino expostas na época.
Entrada da Cuvelier Recepção Sala de degustação Vista dos vinhedos
DiamAndes
Bodega idealizada pela família Bonnie, proprietária dos Châteaus Malartic-Lagravière e Gazin Rocquencourt, na França. Suas imponentes instalações impressionam, com ambientes em que cada detalhe foi pensado para receber os visitantes da melhor forma.
Salas de degustação, bistrô para refeições harmonizadas e uma vista de beleza inesquecível. Há também vários tipos de tours e atividades, com necessidade de agendamento prévio.
Bodega DiamAndes Vista Superior Adega Privada Bodega DiamAndes
Em uma viagem internacional, qualquer eventualidade médica pode custar um valor muito superior à própria viagem. Para evitar este tipo de imprevistos, contrate um Seguro Viagem com a Seguros Promo ou com a Real Seguros Viagem e viaje tranquilo. Neste outro post, explicamos mais detalhes sobre a importância de um seguro viagem.
Monteviejo
Uma interessante experiência que mescla com maestria beleza natural, bons vinhos, arte, ótima gastronomia e atendimento diferenciado. Os tours pela Monteviejo são realizados em pequenos grupos, em espanhol, inglês e português. De todas as visitadas na região, esta foi a que demonstrou maior preocupação quanto à acessibilidade.
Uma das características mais marcantes da bodega é sua forte ligação com a arte. Exposições permanentes e temporárias em vários estilos podem ser vistas por por toda a propriedade. Além disto, promove festivais de rock e alguns renomados artistas deste meio possuem seus próprios barris na casa.
Área de Degustação e Bar Arte nos Corredores da Monteviejo Área de eventos Vinícola Monteviejo
Nosso almoço ocorreu no Espaço Monteviejo, com ambiente, visual e atendimento impecáveis. O menu harmonizado de quatro passos mescla com perfeição a gastronomia contemporânea aos sabores e ingredientes regionais.
Em um amplo terraço ao lado, a vista para os vinhedos e a Cordilheira ao fundo formam o cenário perfeito para casamentos e outros eventos. Um convite à contemplação e relaxamento após a excelente experiência gastronômica.
Bodega Rolland
Última das 4 bodegas a ser construída, a bodega Rolland usou em sua arquitetura o mesmo conceito de seus vinhos. Apesar do design aparentemente simples no exterior, em formato de um grande cubo de concreto, abriga um verdadeiro sonho de consumo para qualquer enólogo.
Em seu interior há o que existe de melhor e mais moderno em termos de tecnologia para produção. Não poderia ser diferente, afinal, estamos falando de Michel Rolland. Seus vinhos mais icônicos, Val de Flores e Mariflor, atestam toda sua competência neste concorrido meio.
Fachada da Rolland Recepção
Difícil dizer o que mais nos encantou, entre conhecer as belas instalações, degustar os deliciosos vinhos ou ouvir a história de empreendedorismo e amizade de seus proprietários franceses. Diferentes em estilo, mas complementares e comprometidas com a qualidade de seus vinhos, as bodegas Rolland, DiamAndes, Monteviejo e Cuvelier los Andes entraram para nossa lista de vinícolas preferidas no mundo.
Maipú
Apesar de ter sido a primeira região a desenvolver a viticultura, é menos importante atualmente que as outras duas. Localizada a sudeste de Mendoza, possui menos vinícolas, mas também vale a visita.
Você encontrará principalmente pequenas bodegas familiares. Algumas delas possuem exposições de acessórios e equipamentos antigos utilizados na produção do vinho.
A Trapiche é uma exceção à regra. Entre as maiores e mais tradicionais, está entre os grandes exportadores de vinho do país. A Casa Vigil, cujo proprietário de mesmo nome é o respeitado enólogo da Catena Zapata, é outra parada a ser considerada. Apesar de pequena e menos conhecida, faz parte do exclusivíssimo grupo da Great Wines.
Onde ficar em Mendoza
A estrutura turística de Mendoza é boa, havendo opções de hospedagem para todos os gostos e bolsos. Para quem estiver com o orçamento folgado ou em busca de uma experiência especial, encontrará vários resorts e pousadas de luxo dentro das bodegas, com vistas fabulosas.
Reservando seu hotel através do nosso blog no Booking.com, você estará colaborando para manter o site atualizado e não pagará nada a mais por isso. O serviço de reserva é gratuito, não há taxas de reservas e a maioria pode ser cancelada gratuitamente.
No centro da cidade
Próximos à Plaza Independencia estão localizados vários hotéis tradicionais da cidade. Cabe a ressalva de que alguns são antigos e a manutenção pode deixar a desejar. Fique atento e verifique avaliações e fotos recentes antes de fechar sua hospedagem.
Em frente à praça, o Park Hyatt Mendoza é um dos melhores da região. Como bom cinco estrelas, tem estrutura completa, com dois restaurantes, piscina, academia e até cassino. O café da manhã é bem diversificado e as suítes amplas e confortáveis. Esta é, ao mesmo tempo, uma escolha segura quanto ao conforto e um risco quanto ao seu sossego. Estivemos na cidade quando ocorreu o show de um astro pop argentino que se hospedou por lá. Na frente do hotel haviam centenas de adolescentes enlouquecidos gritando e cantando durante todo o final de semana. Agradecemos aos nossos anjos da guarda por não termos nos hospedado no hotel naquela ocasião.
Mais moderno e com o mesmo nível de conforto, o Sheraton Mendoza têm suítes espaçosas e vista para a cordilheira. A piscina e o spa são cobertos, fazendo a diferença após um dia de passeios entre os vinhedos, em qualquer época do ano. A vista do excelente restaurante é outro diferencial.
O NH Mendoza Cordillera, como os demais hotéis da rede, preza pelo conforto e ótimo atendimento. Ótimas suítes, piscina, sauna e academia complementam bons motivos para considerar esta opção. O único senão é o estacionamento, com poucas vagas. Fique atento se tiver esta necessidade.
Mas no centro da cidade há também hotéis de redes mais simples como Ibis, da Accor, onde ficamos entretanto não tivemos uma hospedagem tão agradável. Havia um cheiro estranho no estabelecimento. Ainda há muitos hostels na cidade.
Hospedagem nas Bodegas
Se você estiver programando uma viagem romântica ou uma comemoração especial, a melhor opção é se hospedar em uma das pequenas posadas instaladas em vinícolas. Entre as mais charmosas e de melhor avaliação, estão a Posada Salentein, a Vistalba (Pulenta), Casa de Urco Resort e a Finca La Azul.
Onde comprar vinhos na Argentina
Apesar da empolgação nas degustações, os preços praticados nas bodegas são normalmente os sugeridos de venda ao consumidor. Desta forma, recomendamos alternativas para economizar.
Se o seu objetivo forem vinhos para o dia a dia, de baixo custo, você encontrará uma grande variedade nos supermercados da região, como no Carrefour.
Caso procure vinhos de uma qualidade mais elevada, tipo premium, deverá procurar as lojas de vinhos. Há muitas espalhadas pela cidade.
Na eventualidade de você estar de carro, vindo do Brasil ou Chile, estará muito próximo do paraíso! Nas cidades fronteiriças, há um grande comércio a preços bem atrativos. São diversas lojas brigando pelo consumidor de bons vinhos. Praticam valores ao redor de 40% do que pagamos pela mesma garrafa no Brasil.
Sua preocupação deverá ser quanto às restrições alfandegárias para voltar. O limite é de 12l de bebida por pessoa, o que representa 16 garrafas de 750ml. Lembre-se também do valor total em compras: são US$ 500 se voltar por via aérea ou US$300 para rodoviária.
O que fazer em Mendoza além das vinícolas
A cidade é um encanto, com muitas áreas verdes. A maior, com mais de 400 hectares, é o Parque General San Martín. Centro do Festival da Vendimia, foi inaugurado no final do século XIX, abriga dezenas de esculturas, fontes e mais de 50.000 árvores.
A Plaza Independencia é o ponto central mais famoso da cidade. A fonte de águas dançantes e a feirinha de artesanato atraem muitos visitantes, especialmente aos finais de semana.
Fonte das Águas Dançantes Parque General San Martín
Uma opção agradável é utilizar o tradicional ônibus turístico Hop-on Hop-off. Percorre os principais pontos da cidade, passando as informações de cada destino em diversos idiomas. Durante 24h, você poderá entrar e sair do ônibus e aproveitar para conhecer os melhores pontos turísticos de Mendoza.
Caso não vá a Mendoza de carro a partir de Santiago, recomendamos separar um dia para fazer o passeio a Alta Montanha. Vale pegar a estrada em sentido ao Aconcágua, montanha mais alta das Américas e também conhecida como Teto das Américas e Sentinela de Pedra. Fica em meio ao Parque Provinvial Aconcagua, a uns 200km de distância do centro da cidade.
A estrada é linda, sinuosa e com paisagens incríveis. Se estiver com carro alugado, vai aproveitar mais por fazer no seu ritmo, parando onde e por quanto tempo quiser.
No caminho, passará às margens do belo Lago Potrerillos, a 80km de Mendoza. De um azul maravilhoso, é ponto de prática de esportes aquáticos durante os meses mais quentes na região.
Se você não estiver de carro, poderá realizar este passeio com a GetYourGuide, em um ônibus confortável e com um guia experiente.
Apesar de termos visitado várias bodegas, temos consciência de que ainda há muito a explorar na região. Faltaram algumas excelentes, ou seja, temos um ótimo motivo para voltar em breve! Se, como nós, você gosta de bons vinhos e belas paisagens, esta será uma viagem inesquecível.
Se Enoturismo é um motivador para seu planejamento de viagens, não deixe de ver o post sobre o Vale do Colchagua no Chile que publicamos há pouco tempo.
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Silvia. Tudo bem? Você recomenda alguma agência para reservar os passeios em Mendoza? Irei com meu esposo e uma amiga lei setembro mas ainda não contratamos os passeios. Heeelp ?
Jaqueline,
Obrigado por seguir o blog. Nós fizemos os passeios em Mendoza por conta própria pois, na ocasião, a Vino Eventos ainda não atuava na região. Hoje em dia eles já operam lá também e recomendamos muito. Elas organizam um roteiro delicioso.
Conhecer Mendoza deve ser tudo de bom!!! Adoro vinhos e preciso me programar para conhecer essa região. Já salvei suas dicas
Ano passado estivemos em Santiago e cogitamos ir de carro para Mendoza, mas achamos que seria meio corrido. Ainda bem que desistimos, porque realmente seria muito pouco tempo para conhecer vinícolas nas 3 regiões. Ótimas dicas, parabéns!
Muito obrigada! Mas realmente recomendo programar uns dias naquele lugar incrível. Vocês vão se apaixonar.
Super obrigada, Thaís! Todo amante de vinho deveria visitar Mendoza ao menos uma vez na vida. Só para se apaixonar e, como nós, ficar sonhando em voltar. Depois nos conte como foi sua viagem. Aproveite bastante! um beijos
Obrigada, Lulu! Se você também ama conhecer vinícolas, voltará de Mendoza tão encantada quanto nós!
Super completinho, Silvia! Adorei! Amo vinhos e fiquei de cara que não sabia que o verão é alta temporada. Tô pensando em esticar minha visita em Buenos Aires para conhecer Mendoza. Já vou deixar salvo o seu post.
Post completíssimo e salvo. Amei as dicas de o que fazer em Mendoza! Estou há bastante tempo querendo conhecer e com suas dicas fica bem fácil organizar a viagem! Amo passear em vinícolas!!!!
Ah que delícia esse post! Conheci Mendoza e me bateu uma saudade lendo tudo isso haha. Realmente os vinhos são muito mais baratos que no Brasil, isso dá uma raiva haha. Amei o post!
Muito obrigada, Carol! A região e seus vinhos são mesmo uma delícia. Sugerimos encarar os preços baixos como um motivo adicional para voltar à Mendoza.
Depois nos conte se esquecemos de alguma informação. Um beijo